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135ª CIRANDA MENSAL CAPPAZ - FESTAS JUNINAS: TRADIÇÃO E ALEGRIA





ÍNDICE CIRANDA TEMÁTICA (Concorrentes ao título de Mestre Cirandeiro) Aila Brito (19) Antônio Luiz Moreira de Oliveira (13) Carlos Reinaldo de Souza (17) Conceição Ferreira (11) Deomídio Macêdo (09) Eda Bridi (18) Fátima Peixoto (16) Fernando Alberto Salinas Couto (05) José Maria de Jesus Raimundo Silva (07) Josue Ramiro Ramalho (08) Joyce Lima Krischke (15) Luciene Alves (02) Marina Martinez (14) Negra Luz (10) Odilon Machado de Lourenço (12) Patrícia Ferreira dos Santos (04) Roseleide de Farias (06) Sandro Rocco (03) Vera Passos (01) ÍNDICE CIRANDA TEMÁTICA Dilson Ferreira da Silva (02 e 03) Leonardo Andreh (04 e 05) Marcelo de Oliveira Souza (01) Marina Martinez (06) ÍNDICE TEMA LIVRE Dirceu Farias Firmino (02) Lorena Boing (05) Marina Martinez (03) Mirian Arceno Rocha (04) Roseli Farias (01)

PARTICIPAÇÕES CIRANDA TEMÁTICA (Concorrentes ao título de Mestre Cirandeiro) -01- Festas Juninas Vera Passos Todo ano saímos da rotina Buscamos o chapéu de palha O vestido de chita, calça reemendada, camisa listrada... Pegamos a estrada e lá vamos pra o caminho da roça Lá nos esperam a casa enfeitada Bandeiras de São João, banderolas, canjica, licor, fogueira, alcatrão... Balões coloridos decorando o salão À noite tem sanfona, forró e baião As meninas põem nos cabelos laços de fita Vestidos estampados de chita, lábios vermelhos cor de carmim Ah! Seria tão simples assim, se o tempo voltasse pra mim. Como um passeio sem fim. Salvador/BA -02- Viva São João Luciene Alves É São João meu amor Vamos dançar quadrilha Pular fogueira Beber licor a noite inteira. É São João meu amor Vamos dançar forró Comer canjica, assar o milho Olhar o balão subindo. É São João meu amor Vamos brincar de balão beijo Comer bolo de fubá Forrozar até o dia clarear. É São João meu amor Vamos aproveitar Essa festa nordestina De sanfona, xote e baião É só alegria, amor e tradição. Salvador/BA -03- Festas Juninas Sandro Rocco Junho é mês de zoeira, e muita folia; É tempo de muita dança e de namoro... O povo todo festeja, e esbanja alegria, A ponto de até quase perder o decoro! Todos se regozijam, dão largos sorrisos, Ante a explosão de majestosa felicidade... Paqueras veladas, ou “toques” precisos, Tornam o clima agradável de verdade! Camisas de flanela, calças remendadas, E os charmosos chapéus feitos de palha... Vestidos de chita, pernas bem torneadas, “Marias-Chiquinhas”, dentições com falha! A “azaração” é democrática, sem distinção; Hormônios eclodem, por qualquer motivo! O corpo é embalado pelo ritmo do coração, Que retumba pelo simples fato de estar vivo... Quitutes dos mais gostosos, coisa fenomenal: “Pés-de-moleque”, bolo de fubá, milho cozido, Pipoca, pamonha, canjica, arroz doce, e curau; Com quentão ou vinho quente, bem entendido! As brincadeiras se multiplicam, a farra aumenta; O “pau-de-sebo”, corrida do saco, ou a pescaria, Onde o mais esperto, com certeza, se apresenta, Ganhando muitos beijos das moçoilas em euforia! E sob os vários cordéis de bandeirolas coloridas, Outro evento arrebatador resplandece e brilha, Pois a baderna mais prazeirosa e bem concebida É seguir os ditames da tradicional “quadrilha”! Do Céu, orgulhosos por apadrinharem tudo isso, Estão nossos São Pedro, São João e Santo Antônio... Seja sob as estrelas, com sol, ou mesmo se chover, Que tão admirável legado possa sempre se manter, E que Deus abençoe esse endiabrado manicômio!... Santa Albertina-SP -04- Festa junina Patrícia Ferreira dos Santos Feliz São João, Para vocês! Pulem fogueira! Cantem de saudade! Lembrem de Cristo E da sua amizade! Sejam bem vindos Quando voltarem! Gaby é meu Cristo Irmão Joecristo Mari é Maria A doce menina Lu é a luz Estrela Jesus Paulo é fogueira Pepeu a sineta João é a bomba Guilherme a balança O balão é o Neto Xande é a mesa Lore é a festa Carol a sobremesa Dancemos forró Com Jesus E o sol! Chamemos a Nanda Nosso brilho Criança Falemos alô! Como vai a vovó? Cadê a Gabriela? Nosso anjo girassol. Boa noite, Moçada! Cadê a Pillar garota?! Olha ela ali! A Bruna já veio Com bebidas E recheios. Falta Carol Andréa Meu sol Vai ficar Saudades Nosso brilho E amizade Se esqueci de alguém Perdoe-me Também Agora já foi São João É depois Bate, bate Oba, oba, oba O forró já vai começar! Salvador/BA -05- Festa Junina Fernando Alberto Salinas Couto Ah, aquela noite serena, aquela explosão de alegria, na mais pura festa junina da qual restou a saudade... quando reinava a alegria, entre fogos de felicidade. A sanfona, mesmo velha, embalava as danças típicas que animavam a quadrilha e um casamento caipira, com brincadeiras mágicas. Noiva e padre de mentira. Espiga de milho na fogueira, amendoim pra criançada... Todo tipo de brincadeira que aproximavam casais, naquela noite abençoada de festa que não volta mais. Rio de Janeiro/RJ – 14/06/20 -06- Festas Juninas, Tradição e Alegria! Roseleide de Farias Ah, meu querido São João E Santo Antônio também Vocês trazem grande alegria, Esperança de encontrar alguém! São tantas brincadeiras e forró Para se brincar noites inteiras, Comidas típicas e advinhações Pamonha e milho junto a fogueira. Quando essa pandemia passar E chegar ao final desse ano Quero dançar forró e sambar Esquecer os meus desenganos. Esquecer o grande sofrimento Que tem passado a humanidade Tantas perdas, tantas mortes, Uma grande tempestade...! O tempo acalma todas as dores E tudo ficará no esquecimento Pois temos nossa alegria na alma Dança, música, poesia, encantamento! Cabedelo/PB -07- Festas Juninas José Maria de Jesus Raimundo Silva São muitas emoções... Fogueira, bandeirolas e músicas! Alegria contagiante! Roupas coloridas e chapéus de palha. Quentão, pipoca, caldo de feijão, Tapioca, pamonha,, cachorro quente, Curau, bolo de milho, pinhão, Vinho quente, canjica e pé de moleque. A sanfona toca... Há paz, amor e sonhos. Tem quadrilha e casamento. Lembra Santo Antônio, São João e São Pedro. Festa junina, herança dos portugueses, Enraizada no nosso Brasil. Varginha/MG -08- Festas Juninas no Nordeste Josue Ramiro Ramalho No inverno dos nordestinos Onde vivemos desde meninos Trabalhando e cantando feliz Ninguém segurava a alegria Nas festas que se faziam Nos dias que eu sempre quis Quando junho chegava na roça Fogueiras em frente as palhoças Em noites que a gente ascendia Muitos fogos a pipocar Um bom forró sempre a tocar Num mundo de fantasias Santo Antonio comemorava São João também "enrabixava" Até São Pedro vinha festejar Nas rodas de danças faceiras Nossa gente bem brasileira Dançava fazendo a noite virar Canjica, bolos, amendoins Pamonhas, licores, enfim Faziam nossa festa maneira Sanfoneiros no salão tocavam E, enquanto o povo todo dançava Eu assava milho na fogueira Frutos da época chegavam de montão Alegrando todo e qualquer São João E os nordestinos alegres agradeciam Com toda fartura da terra Ali ninguém pensava em guerra Só festejavam com alegria Nas roupas bem coloridas A gente entregava a vida E a festa sempre dava certo Depois do "arraiá" formado Casais dançavam agarrados Deixando todos espertos Na roça, alguns também se casavam E, em volta das fogueiras juravam Que se amariam eternamente Assim, Todo São João deixa lembranças Pois a festa é cheia de esperança E nunca foge da nossa mente. Salvador/BA -09- Alegria do São João Deomídio Macêdo Os sorrisos estampados nos rostos das personas mostram a alegria nesta foto tão bacana que Rosângela apresenta na ciranda da CAPPAZ. É o São João que alimenta a fogueira acessa ali, do lado direito ou esquerdo, vai depender do ângulo de quem vê a foto do bigodudo de copo na mão, de chapéu e suspensório A moça logo ao lado Não esconde a alegria. com vestido branco, estampado uma bota formidável confirma com seu júbilo, que o São João alimenta nossa alma. Ah! Não podemos esquecer de citar esta cena da moça de macação, copo na mão camisa preta, manga longa só pensando no forró pra poeira levantar. Esta que vou comentar nesta minha prosa junina conheço muito bem: Rosangela minha amiga que mostrou ser forrozeira quando comigo dançou, no encontro da CAPPAZ na cidade de Cabedelo. Sim, esta é Rosangela de Maria Chiquinha, camisa quadriculada, calça remendada, abraçando a sua equipe que dançou quadrilha junina antes da pandemia. Para completar esta foto histórica uma figura notável, com um chapéuzinho, vestido branco avermelhado espera ansiosa, o início da festança! A sanfona chora, e o narrador grita, exuberante: “Anarriê, balancê, cavalheiros cumprimentar as damas” E o forró continuou naquela noite memorável! Este foi o São João da Rosângela, com parentes, amigos e amigas, que descrevo neste texto, da 135ª Ciranda Mensal CAPPAZ. Que o nosso São João de 2020, possa ser, também, de amor e de paz. Que possamos ficar em CASA, mas juntinhos do coração através das LIVES, que a tecnologia nos traz. Poetas, poetisas CAPPAZes: AVANTE! ANARRIÊ! Guanambi/BA -10- Memórias da minha tradição Negra Luz A flores em crepom na mesa. No teto, as bandeirolas No xote, chamegos. No xaxado, estórias. Baião ou sertanejo. Quentão mandingueiro. O povo da roça saindo à chita Dançando quadrilha em busca de glória Na mesa, a fartura Canjica, milho cozido, Bolo de carimã e de aipim Amendoim nem te conto, farinha para mim Sou nordestina. Junina de coração. Os fogos que em mim acendem Formam fogueiras de emoção Giro o Mundo, nada esqueço. Essa a minha tradição. Era janeiro! Era verão! O sol altaneiro! Tudo memórias! Tudo saudade de meu São João! Salvador/BA -11- O São João Avançado de Pedrinho. Conceição Ferreira Fui passar o São JOÃO no interior. Levei meu Neto Pedrinho. Ativo como é, descascou Coco, debulhou milho... Foi escolhido para ser o noivo, fazendo par com Mariazinha aceitou prontamente. Preparamos a roupa para o casório : chapéu de palha rasgado, lenço vermelho para o pescoço, outro para o bolso da camisa xadrez também Vermelha,calça jeans com remendos estampados na altura dos joelhos, meias brancas e sapatos ebsapatis de couro céu.As costeletas e o bigode ficaram bem pintados com carvão Pedrinho empanturro-se de laranja, canjica e pamonha de milho, bolo de aipim, de carimã, milho assado na brasa na palha, arroz doce, amendoim...querua até beber licor de jenipapo!!! Não permiti. Lembrei-lhe que só tinha nove anos! Ofereci-lhe doce de jenipapo. Ao redor da fogueira ele soltou busca, traque,bombinhas, pulou fogueira com Joana, dançou forró e encantou-se com a quadrilha, pois só conhcia pela televisão! Assustou-se com o estrondo do rojão. Enfim, chegou a hora do casório! Mariazinha apesar da gravidez em evidência,estava linda! O vestido nem florido, rodado, cheio de babados e abaixo dos joelhos. Suas tranças com laços de fita de cetim branco,véu caudaloso, passadeira Flórida e a maquiagem no padrão joanino. Bem, o padre fez o casório. Então ouviu-se o tradicional viva os noivos! E quando o Frei disse pode beijar o rosto da menina, Pedrinho olhou de soslaio para o padre e... tascou aquele beijo na bica de Marizinha, deixando todos os presentes boquiabertos, espantados... Simões Filho/BA -12- Festas juninas Odilon Machado de Lourenço Lembro-me das bandeiras coloridas Da turba alegre na praça Das gentes, chapéus de palha, dos bigodes de carvão Dos vestidos remendados das crianças pequeninas Do pau-de-sebo bem alto como fogueira queimando Caipiras lá do sertão se juntavam na cidade Milho assado era fartura Pipocas que saltitavam nas panelas do São João São Pedro também cantavam Comiam pamonha fresca dando goles no quentão Espalhados pelos cantos os namorados sorriam Pedindo pra Santo Antônio sua benção de carinho Pois santo também alegra o coração dos mocinhos. Porto Alegre, 21 de junho de 2020. -13- Festas Juninas: Alegria e Tradições Antônio Luiz Moreira de Oliveira

Salvador/BA -14- De fogueiras e balões Marina Martinez Não posso pular fogueira. Não devo soltar balão! Com um vírus intrometido todo mundo foi ao chão. São Pedro, muito ocupado, perdeu chave do portão. São João, mais atrevido, achou. E entregou não. Santo Antônio, em seus pedidos trabalha muito afoito. A criança em seus braços foi atrás de um biscoito. Não posso pular fogueira. Não devo soltar balão! Esquecendo a brincadeira, pouco resta de consolo. Atrás de máscaras, dorida, a boca não mais sorri. Meus olhos vazam tristezas, saudades do que vivi. Não posso pular fogueira. Não devo soltar balão! Meus amados santos juninos, resguardem meu coração! Cappaz/062020 Porto Alegre/RS -15- Festas Juninas - Meu São Pedro Joyce Lima Krischke


Balneário Camboriú/SC -16- Festa junina Fátima Peixoto Esse ano vai ser diferente festa junina no Nordeste Vamos guardar os festejos para o momento certo Não vamos vestir o vestido estampado Nem usar o chapéu enfeitado As fogueiras estão proibidas Fogos só com muito cuidado As quadrilhas vão dançar cada membro em sua sala Ouvindo os forrozeiros fazendo live A saudade dos amigos doendo no peito Por uma boa causa vamos ficar em casa As comidas saborosas Canjica, pamonha, bolo de milho e cocada Vamos pedir por aplicativo Preservar a segurança Vai ser tudo diferente Preservando a saúde Usando máscara no rosto E lavando bem as mãos, usando água e sabão. Mas quando tudo isso passar, E a gente puder se juntar, Vai ser forró a noite inteira Todo mundo junto e misturado. Cabedelo/PB -17- Festa Junina de Arromba Carlos Reinaldo de Souza O mês de junho chegou. Êta mês frio, Sinhô! Mas a turminha dançou, comeu quentão com vovô. A meninada curtiu, balão, fogueira e quentão, vovô também divertiu, com um paletó xadrezão. Calça no meio da canela, com sua barba grisalha, comeu pamonha amarela, fumou cigarro de palha. Tirou a noiva prá dança, deixando o noivo sozinho, puxou da noiva a trança e deu de pé no caminho. O noivo, muito nervoso, correu atrás do velhinho, estava mesmo saudoso da noiva, com seu charminho. E a festa, assim tão bacana, era um Arraiá sem igual, tinha cocada baiana, pé de moleque e mingau. Tinha arroz doce e canjica, também sanfona e violão, era uma festa mui rica, Salve Jesus e São João! Conselheiro Lafaiete/MG -18- A Bela Eda Bridi Pelas ruas da pequena cidade Andava a Bela toda sorridente Vestido de chita Trancinhas presas com fitas Chapéu de palha e rendas No carrinho de duas rodas Enfeitado de coloridas bandeirinhas Levava rapaduras, cocadas, cri cri Pinhão, pipoca, capilé Pelas ruas da pequena cidade A Bela sorridente anunciava: Rapadura, cocada, cri cri Pinhão, pipoca, capilé Pra diabetes tenho chá de carqueja Pra digestão leve chá de boldo E elevando um copo de quentão Dizia: Vamos festejar São João! Sobradinho/RS -19- Festas Juninas: Tradição e alegria Aila Brito A festa já começou A noite tá animada A fogueira já espelhou O sorriso da amada São João abençoou Na noite enluarada O casal e o seu amor E a aliança confirmada São Pedro edificou Fez do amor fiel morada O enlace reafirmou Naquela fiel jornada Santo Antonio enfim casou A nubente declarada E aquele noivo que a amou Com sua lira apaixonada. Viva São João! Viva São Pedro! Viva Santo Antonio! Cocal/PI PARTICIPAÇAÕES CIRANDA TEMÁTICA -01- São João dos Milagres Marcelo de Oliveira Souza Existe uma cidadezinha muito pequena perto de Salvador, que se chamava Ruinópolis, o lugar era uma verdadeira ruína como sugere o seu nome, ou até seria pelo comportamento dos seus moradores, ninguém sabe. No centro desse lugarejo existia a comunidade mais influente, com empresários e funcionários da prefeitura, grupo que não se misturavam, eram verdadeiros rivais. Onde um dizia que era para construir abrigo, outro queria construir mercado e vice versa. Um dos mais influentes era o tal Zé dos Pombos, funcionário público aposentado, como o nome sugere, o homem administrava agora uma criação desses animais alados que sujavam a praça inteira, incomodava todo mundo, mas ele continuava no seu intuito de criar os animais a céu aberto, construindo um pombal no centro do obelisco. Sua amiga mais próxima chamava Célia, que por sua vez amava os caninos, onde surgia latido, estava ela cuidando dos danados. O seu primo Zé dos Bodes resolveu imitá-la, investindo numa criação desse animal na garagem, mas ali os caprinos só passavam a noite, porque eles dominavam a praça do centro da cidade. Os animais sujavam tudo, nem adiantava o padre Gonçalves pregar em praça pública sobre tolerância, pois dava a maior confusão. Nessa cidade ninguém se entendia, todos queriam fazer o que desejassem, os empresários, assim, resolveram inaugurar uma boate na praça junto à igreja que dava a maior confusão, pois André, o mais influente deles, coletou assinaturas da maioria das pessoas, dizendo que iria fazer um centro social urbano, mas na verdade fizeram um mini centro comercial, que depois de construído ninguém se manifestou contra, pois o lugar era um terreno da prefeitura e como as pessoas pensam que o que é público não é de ninguém, deixaram para lá, só fazendo resmungar entre os seus vizinhos. Nesse centro comercial existia uma boate que dava a maior confusão, pois vinha gente de todos os lugares, até de Salvador, para provar o caldo de sururu do Seu Bernardo. O pior é que não tinha mais lugar para estacionar, o que gerava mais confusão ainda, pois o estacionamento era mesmo na rua ou na porta de garagem da vizinhança; não tinha fiscalização nenhuma que desse jeito, resultando em muitas brigas. Assim a sociedade seguia no seu daltonismo sentimental, onde ninguém era amigo de ninguém, sempre queriam algum de troca, pensando ser mais esperto do que o outro. A cidade ia se destruindo com o tempo, o lixo era acumulado logo na entrada da cidadezinha, chamado até de “lixão dos desesperados”, pois ali se encontrava de tudo, onde vinham muitos badameiros de tudo quanto era lugar. Certo dia, apareceu um homem chamado João, dirigindo um caminhão de laranjas, ele percorria a cidadezinha toda oferecendo o seu produto. O senhor era hostilizado, porque naquele lugar não cabia mais nada, era boate, estacionamento, bodes, pombos, cães e tudo que você pudesse imaginar. Ao chegar a data magna do município, São João, padroeiro da cidade, eles não sabiam mais o que fazer para organizar a tradicional quermesse junina, evento tão comemorado quanto o Natal. Dona Zélia e Seu Luan, moradores mais idosos do lugar, eram os responsáveis pela organização há décadas, só que o lugar onde faziam o festejo era o antigo terreno da Associação dos moradores, que agora se transformara na oficina de Seu Nelinho. - Agora o que iremos fazer? Disse seu Luan. Eles marcaram uma reunião com a comunidade, sabendo do grande risco que era, pois ninguém aceitava ninguém como vizinho tampouco como amigo. A data marcada para o dia doze de junho foi estratégica para ver se o amor prevalecia entre os cidadãos daquela triste e complicada cidade. Chegando no dia, a turma toda estava reunida: Seu Zé dos Pombos logo disse que não iria dar certo, pois iria atrapalhar o pombal que tinha construído do lado da estátua do criador da cidade; Dona Célia ratificou que seus animais não iriam sair prejudicados, começando o maior burburinho; foi quando o padre Geraldo gritou por socorro, dizendo não aguentar mais por tamanha desunião. Nessa hora o vendedor de frutas tomou a palavra, dizendo ter chegado a pouco tempo e nunca viu uma cidade com tamanha desunião, com tantos problemas, que a cidade estava sendo mal falada em toda as regiões que passava, que Ruinópolis estava se destruindo, não possuía mais um serviço que funcionasse corretamente. Ele lembrou do negativismo que permeava o lugar, onde nem as crianças são felizes, pois não tem mais pracinha para brincar, porque o lugar era habitado por todos os tipos de animais. O homem saiu vaiado do lugar, onde os próprios seguranças da prefeita Nilda, defensora dos animais, trataram de colocá-lo para correr, terminando assim a reunião, resultado na suspensão da festa por tempo indeterminado. O nosso amigo Luan saiu consternado, até passando mal, dizendo que as pessoas pensam que o que é público não é de ninguém, muito pelo contrário, que só irão se unir quando acontecer uma tragédia, pois tem muita gente que é assim, só se une depois dos desastres. Passados alguns meses Seu Luan adoeceu e ninguém sabia o que ele tinha, teve que ir às pressas para Salvador, pois ali nada funcionava, descobrindo que ele estava com uma doença grave por causa das fezes dos pombos, deixando muita gente consternada. Foi uma verdadeira comoção, a praça foi interditada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, que fez uma verdadeira limpa. Muita gente falou que foi por causa do padroeiro da cidade que não teve a sua festa, mas agora nada adiantava, pois o nosso moribundo passou dessa para melhor, sendo um grande grito de alerta para todos, que de uma hora para outra passou a se organizar, gerando muita confusão no início mas no final resolveram se unir e até mudar o nome da cidade para São João dos Milagres onde o novo prefeito, o tal João das frutas, resolveu organizar a cidade, plantando árvores frutíferas e organizando o serviço publico, tornando o lugar muito conhecido no seu maior evento: a festa de São João, com o Festival das Laranjas. O nosso prefeito chegou até a criar uma pracinha com o nome do morador mais querido da cidade, o Seu Luan, onde ele deixou a célere frase: - As pessoas só se unem depois dos desastres. Salvador/BA -02- Soneto Junino! Dilson Ferreira da Silva “Durante o São João Não é o Nordeste que respira a alegria... É a alegria que respira o Nordeste.” (Bruno Bezerra) Soneto Junino! Eis que a chuva anuncia o fim do verão Que traz o inverno em temperatura amena, Sentir a brisa suave vale à pena... Mas, pro turismo surge a baixa estação. Mês de junho, e o estado vive o São João Que o festival de quadrilhas rouba a cena Da lua cheia que desponta serena Ao fogo das fogueiras, milho e quentão. No forró o casal bailando flutua... Comida típica existe em variedade... Fogos de artifícios explodem na rua. O calor brota em menor intensidade Para mostrar que no inverno, continua Sendo o sol, o cartão postal da cidade. 16/06/2010 - dilsonpoeta - NATAL/RN. -03- Enquanto isso no Planalto Central... Dilson Ferreira da Silva “A guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios.” (Carl Von Clausewitz) Enquanto isso no Planalto Central... As quadrilhas estão a bailar É São João e vão comemorar Não há sessão no plenário. Então voam à base eleitoral Arquitetam plano genial Fazendo o eleitor de otário. Assisto o Jornal da Record Celso e Ana Paula narram o pior Dos dramas da vil corrupção. Pobres: velho, moço e criança, A saúde, educação e segurança, São piadas que assolam a nação. Quem é "pôde" de rico, faz a festa Quem é pobre ainda lhe resta Sonhar o sonho desde a infância. Prometem isso, prometem aquilo, E cada um inventa o seu estilo, Na arte de ocultar a ganância. É sempre São João no Planalto Tem forró, fogueira e assalto, Custando sim o nosso dinheiro. E o que mais dói nesta festança É que somente o povão dança No "crau" e "créu" do politiqueiro! (Poema criado em 24/06/2008, e após 12 anos, pasmem, nada mudou até agora. Até piorou!) dilsonpoeta - NATAL/RN - -04- Minha Caipirinha Linda Leonardo Andreh Minha caipirinha linda moça tão bela e faceira vem dançar junto comigo em volta dessa fogueira Com sua saia rendada com seu lenço de cetim com sua trança enfeitada jura que gosta de mim, hei! Eu vou pedir a sua mão na capelinha a gente vai casar feliz eu vou solta rojão e a noite inteira vamos festejar São Paulo/SP -05- Casinha na Roça Leonardo Andreh Minha casa, lá na roça, é uma casa de sapé; no quintal crio galinhas e plantei pé de café Minha casa é tão bonita fica perto de um rio tem goiaba, tem laranja, coisa melhor nunca se viu Ai, ai, ai, tem vaquinha no curral, tem cavalo e passarinhos, minha casa é tão legal. São Paulo/SP -06- Valei-nos, Santos Juninos Marina Martinez Queridos santos juninos, quero um pedido fazer: renovem esperanças roubadas deste meu povo sofrido. Santo Antônio, São João, São Pedro, queridos santos juninos, acolham orações e hinos, flores, velas, oferendas, aceitem simples gestos de muitas mãos maltratadas, de um país triste e ferido. Queridos santos juninos, já nos cansamos de restos, de dissimulados discursos, ameaças e mentiras. Queridos santos juninos, queremos muito carinho. Por favor, nos acolham em seus braços, num poético e manso ninho. 2016/RS Porto Alegre/RS PARTICIPAÇÕES TEMA LIVRE -01- O azul na imensidão Roseli Farias


Pintado de um azul real, misturados a lua e estrelas longínquas , parecendo um véu. Sem nuvens, a brisa distraída olhando o infinito em horas de devaneios por tanta beleza. Um plano muito além do mistério. Suas mãos vazias agora abrem-se ao alto, poetizando nesse momento de amor cristalino entre a natureza e a espécie. Nos seus dedos de fada, toma seu violão, deixa sair diante desse espetáculo as mais belas canções. Que músicas trazes para meu coração? Pergunta ele com sua voz emocionado! Sob o brilho do astro na imensidão azul, ela tocou a linguagem dos anjos , fazendo do instante a canção. E num canto sublimado entre os elos da terra e suas belezas, extasiam-se. A melodia ressoa, no cenário divino, purificando o coração. Cantam e dançam, no esplendor sublime da beleza , em reverência ao amor supremo, envolvendo todas as maravilhas da criação.


São José/SC - 18:50 - Maio 2020. -02- Um Passarinho da Intuição Dirceu Farias Firmino Publicado em 25/06/2020 Um Passarinho Da Intuição Há cem dias, voltei do almoço na casa de minha avó sem me dar conta do que aconteceria Depois. Há cem dias, tudo que sinto há 31 anos, 2 meses e uma semana aflora mais. Tantas perguntas, tantas respostas nos circundam de maneira óbvia, mas a gente foge do que é simples porque o mundo impõe outras prioridades, sem entender que ser feliz é a sublime chance que está a dentro de mim, há todo instante que eu vivo em Paz. Há cem dias, eu que já valorizo abraços, ligações, fortifico ainda mais essas emoções. Nesse período, eu fiz aniversário e recebi o presente apenas duas semanas seguintes a esta data que há sete anos não é oficialmente comemorada (Já estou pensando sobre como será no ano que vem, pois, um prestígio por mínimo que seja, faz com que a vida bem aconteça). Um dia me disseram: "Você é parte do universo e Ele precisa do seu existir para se compor". Já está na hora da gente observar essa verdade com Amor. Em cada um de nós, habita a voz Daquele que é o Bem Feitor. Se eu sou instrumento da fraternidade, que eu só olhe para trás no sentido de reconstrução da longevidade de boas amizades e a plenitude de nossas sagradas virtudes. Que a aceitação do agora nos mantenha em guarnição e mande embora toda e qualquer reclamação. Faça do azedo da limonada, o segredo que te faz desfrutar, com bruvura e ternura, a docura da sua estrada. Não espere do outro a perfeição, mas se doe como um todo porque você é o responsável pela sua evolução e esta só é feita, sem desfeita e em União. A Rosa em sua intuição, abençoa o meu caminho. Sou passarinho que sente ao Sol e faz seu ninho com um Farol a me guiar e o tempo a me transformar. Na melodia da harmonia de vencer com um sorriso a todo dia, zelando o meu jardim em ??, eu recebo a missão do Criador que floresce em nossas mãos: Refletir a Luz no nosso?! Cada bênção que eu encontrar, é um carinho para ficar, me ensinando a voar e a mais alto chegar com o dom da Gratidão! Com Amor, Carinho & Gratidão! Sobral/CE -03- Terror Marina Martinez O dia? Sexta-feira, treze. O Dia das Bruxas já havia passado mas muitas continuaram à solta, transvestidas de guerreiros santos, idealistas em busca das virgens sagradas. Inimigos com rostos amigos detonam-se em sacrifícios desumanos, sem compaixão por si ou pelos outros. De repente, surgem do nada, em ação. Espocar de rolhas? Não: tiros a esmo. Toalhas maculadas em vermelho. Vinho derramado? Apenas sangue espalhado. Confraternização com amigos e famílias. Brindes à vida, ideações estilhaçadas, corpos tombando na ânsia de salvação. Definitivamente, nosso mundo nunca será o mesmo. Nov/2015 Porto Alegre/RS -04- Contemplação Mirian Arceno Rocha




Artista: Mirian Arceno Rocha Título: lugar de contemplar Técnica: óleo sobre eucatex Tamanho: 40cmx60cm Camboriú/SC -05- Lá Vem Ela Lorena Boing



Balneário Camboriú/SC

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