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140ª CIRANDA MENSAL CAPPAZ – A LÍNGUA PORTUGUESA E A COMUNICAÇÃO NA WEB.NOVEMBRO / 2020

Atualizado: 21 de fev. de 2022



ÍNDICE CIRANDA TEMÁTICA

(Concorrentes ao título de Mestre Cirandeiro)


Carlos Reinaldo de Souza (18) Cristiano Sousa (17) David de Carvalho (22) Deomídio Macêdo (06) Diná Fernandes (13) Fernando Alberto Salinas Couto (03) Helder Roque (12) Hélio Cabral Filho (14, 15 e 16) José Maria de Jesus Raimundo Silva (05) Joyce Lima Krischke (04) Luciene Alves (21) Marcelo de Oliveira Souza (02) Marina Martinez (20) Negra Luz (01) Nena Sarti (28) Odilon Machado de Lourenço (08) Patrícia Ferreira dos Santos (07) Roseleide Farias (10) Roseli Farias (09) Salomé Pires (Mel) (23 e 24) Sílvia Araújo Motta (25, 26 e 27) Sandra Lúcia (11) Vânia Vinhas Cardoso (19)


ÍNDICE TEMA LIVRE


BRita BRazil (22) Conceição Ferreira (01) Diná Fernandes (10,11 e 12) José Fernando Campos Ribeiro (04) Josias Alcântara (02 e 23) Lourdes Ramos (05) Marina Martinez (19) Marta Eliane S. de Carvalho (07) Mírian Arceno Rocha (06) Patrícia Di Loreto (18) Rafael Paulo Cappai (13, 15, 16 e 17) Regina Kreft (14) Romário Filho (21) Roseli Farias (09) Salomé Pires (Mel) (20) Valter Bitencourt Júnior (03) Vera Passos (08)


PARTICIPAÇÕES CIRANDA TEMÁTICA


-01-

A Língua Portuguesa e o Lobo mal

Negra Luz


Cadê o lobo?

Há nele um mal?

Não para mim!

Eu sou igual.

Na minha língua já é normal.

Seguir no tempo, me refazer.

Não se surpreenda...

Até comi o você.


Veja Você!


No Vossa mercê,

Comi o “sa” e o “r”, que não mais se vê.

Ficou Vosmecê,

Fiz um bolo doido,

Virou Vancê.

E, por derradeiro, cheguei a Você.


Não me assusto, não busco culpados.

A língua culta pode ser um saco!

Quantos a dominam com maestria?

E, com ela, oprimem uma minoria?


Quando na Web, me apresentam

Você, amigo, como “vc”,

Eu até brinco!

Mercê é graça.

E correspondo com um sorriso...

Só de carinha :-)

E até acho,

De certa forma,

Que estão usando os meus sinais,

Mais conscientes do que eu usaria.


Vitória/ES


02-

Patrimônio Nacional

Marcelo de Oliveira Souza


Filha da Flor do Lácio

Pelos portugueses chegou,

Herança cultural

Pelo mar navegou.


Com todo seu esplendor

Espalhada pelo mundo

Sua riqueza e clamor

Cobriu o plano de fundo.


Virou código de guerra

Na maestria da pujança

Que a gente aprende a vida toda

Desde criança.


Rainha dos mistérios

Elo de união

Do mundo inteiro

Agora cabe na palma da mão.


Sacudida e transformada

Na língua brasileira

Ganhou alegoria

De toda maneira.


Saiu mais forte e pujante

Crescendo mais adiante

Agora tem mais desafio

Presa por um fio.


Da oralidade ela se transforma

Ganhando outra forma,

Para não se perder

Surgiu a norma gramatical.


Com toda essa inconstância

Amarrou-se na perseverança,

Mas com o “internetês”

Ameaça sumir de vez.


Prestemos atenção

Com o que tem na palma da mão

O Desconjuro não faz mal

Apenas um bom uso gramatical.


Alicia a alma da língua

Desconstrói o que não finda

Sem leitura sadia ainda

O precipício sem consoante ou vogal.


Decepando a mente e a estrutura

Da nossa majestade que é cultura

Fiquemos atentos para essa agrura

Que é patrimônio nacional!


Salvador/BA




-03-

Língua portuguesa

Fernando Alberto Salinas Couto


Os anos se passam

e nossa língua rica

perde todo sentido

pros que expressam,

na oratória ou escrita,

com torpe descuido.


Sem saber a origem

de cada palavra dita,

até se fala bobagem,

sem respeito à escrita

de origem indígena

ou até mesmo latina.


Mas quem sabe emite

da forma mais correta

e que julga verdadeira

ou até que lhe permite

o saber de algum poeta

ou Academia Brasileira.

RJ – 12/11/20



-04-

Internet com rimas na língua portuguesa

Joyce Lima Krischke


Balneário Camboriú/SC


A língua portuguesa e a comunicação da Web

José Maria de Jesus Raimundo Silva


A língua portuguesa do latim originou.

Latim literário e vulgar atravessou varias fases.

Língua românica viveu.

Sofreu o domínio dos visigóticos e árabes.

Firme permaneceu.

Português primitivo teve vários dialetos,

Transmontano, Interamnense, Beirão,

Meridional, Rionorês, Guadramilês e Mirandês.

No falar Minhoto, Trasmontano, Beirão, Baixo-vougo e Mondengo,

Castelo Branco, Portalegre e Meridional.

Falares brasileiros: Amazônicos, nordestino, Baiano,

Fluminense, Mineiro e sulista.

Charmosa, rica e cativante, é a nossa língua portuguesa.

A língua portuguesa e a comunicação na Web,

Sua escrita deve ser conservada, e jamais abreviada.


Varginha/MG


-06-

Linguajar

(Deomídio Macêdo)


Língua, línguajar, língua

Linguajar do povo brasileiro

quem diria, quem dirá, quem ouve

compreenderá a oratória que ora apresenta os caminhos linguísticos de diversas comunicações entre emissores e receptores, tá certo ou tá errado?

Quem dirá, o que falar dessa arte de se comunicar dos poetas populares e dos universitários.

Tá certo ou tá errado quem dirá?

Língua, linguajar, língua, linguajar

O leitor compreenderá o ato de expressar meus pensamentos na palavra escrita ou na imagem que desejar.

"Não pensamos em palavras, pensamos em imagens"

Imagens são iguais, são perfeitas, multifacetadas em cenas artísticas, e assim posso dizer:


Seu minino! Seu moço!

O qui é qui tá acunteceno?

Isso que nóis tá veno hoje em dia,

diferente do passado.

Lá atrás, nóis vivia em paz.

O mundo era mió.

Inté o só era mais fri.

Chuvia poco no sertão, é bem verdade.

Mas pudia isperar.

Em oitubru a dezembru,

a chuva caía enverdeando a plantação,

engordano os animá.

Quando a chuva vinha.

As barrage transformava numa cascata abastada,

radiano nosso oiar.

Mas agora é diferente,

A chuva tá minguano.

A quentura aumentano,

intristeceno a todos nóis.

Dia, após dia,

ano, após ano,

a Barrage vai secano.

A terra isturricano.

E o home vai sofreno,

carregando sua cruz, que ele mesmo construiu.

Seu minino, seu moço, é preciso parar pra pensar um bucadim.

E cuidar do planeta,

que viaja no ispaço.

Como diz os home da ciênça.

Seu minino, se nóis não parar pra pensar um bucadim.

Essa grande bola vai continuar viajano no ispaço,

sozinha,

intristecida,

sem ninguém.

Seu moço, vamo parar pra pensar um bucadim, ainda é tempo de sarvar essa nave ispaciá.

(OS TEMPOS SAO OUTROS Deomídio Macêdo)

Língua, linguajar

Tá certo ou tá errado

Quem dirá?


Guanambi/BA


-07-

Língua Portuguesa e a Comunicação na Web

Patricia Ferreira dos Santos


A comunicação no Brasil

É com a língua Portuguesa

Agora, na WEB tem até freguesa

De uma forma dinâmica e fácil

A língua se desdobra em mil

Mostrando sua natureza

Uma nova maneira de se comunicar

Versão diferente que fascina toda gente

Os jovens só tem a amar

Na web tem até repente

O papel e a caneta

Agora são chupeta


Salvador/BA


-08-

Sobre a comunicação na web

Odilon Machado de Lourenço


Prefiro a palavra inteira

A estética encontrada no som

Sem a abreviação da palavra

A comunicação clara

Sem a forja errônea, reduzida

Palavra entalhada letra a letra

Como escultura em sua forma intacta.


Porto Alegre, 26 de novembro de 2020.


-09-

Modernidade

Roseli Farias


Atualidade, sem formas e certezas.

Valores?

Mundo de certezas foi antigo.

A comunicação simboliza uma sociedade mantra no mundo do digital.


Vida corrida, códigos e professores rompendo barreiras na WEB.

Propostas, modernidades no campo da Era Digital.


Convivência, crianças, novos e idosos mandando haver sem freios e barreiras de contato ou não!

Tudo são sintomas desse século.


Solidão...

Uma metamorfose no relacionamento e companhia virtual.

Vida facilitada,

Correntes, angústias, opiniões, doenças, tristezas e atropelos digitais.


Tempo...

Espaços supostamente vazios.

Um manual de plantão.

Despertar!

Resgatar o Ser.

Confecção real?


Convivência...

Tem seus efeitos e as contaminações.

Era avançada e Eu aos sessenta tentando acompanhar esse mundo sonoro da Modernidade.


Foto por Roseli Farias de sua filha Bárbara Corrêa.


07.11.2020


-10-

"A Língua Portuguesa e a Comunicação na Web"

Roseleide Farias


Graças damos às letras sejam em quaisquer idiomas

Á letra portuguesa para todos nós é muito essencial

Podermos assim expressar, registrar a nossa emoção

De uma forma redentora, especial, única e universal.


Agradeçamos à Deus e à humanidade a inteligência

Que nos traz cientificamente na web a comunicação

Transformando a vida humana numa grande aldeia

Rica de detalhes, beleza e riquezas na comunicação.


Grandes são as heranças trazidas até o nosso povo

Carentes e sedentos de luz no amor e na edificação

Que através de textos das almas generosas no Bem

As almas poéticas trazem à nós a Paz, regeneração.


Benditos sejam poetas e escritores sejam na música

E tantos outros meios literários e de artes, estes que

Através da língua portuguesa, as demais, registram,

Deixam como herança seu legado à paz e felicidade.


Cabedelo/PB


-11-

A Lingua Portuguesa e a Comunicação Na Web

Sandra Lucia


A língua portuguesa? O que mudou afinal?

Colonizaram nossas terras, desbravaram nossos sonhos,

Devastaram nossas raízes, ofuscaram o nosso idioma,

Mas o português brasileiro resiste na linguagem regional.


Permeamos entre a variação das famílias linguísticas e dialetos

Na diversidade da língua brasileira, varias letras traçamos

E muito mal nos comunicamos, na verdade,

Impõe-se a dificuldade ortográfica da língua portuguesa.


Com tantas matrizes que camuflam a língua brasileira

Hoje se tornou parceira do avanço da tecnologia,

Pois até a poesia se tornou contemporânea,

Em estrofes sem métricas, rimas e simetria.


A Web tomou conta das linguagens,

Com informações ilusórias ou verdades, muito conteúdo,

E também asneiras, precisamos descobrir a fonte,

Pesquisar e avaliar para o “fake” não compartilhar.


Na web permeamos entre novas linguagens

Repletas de ícones, siglas, “emojis” e abreviações,

Se não tivermos cuidado perderemos a nossa essência

Que as escolas encandeiam em uma realidade sutil.


O povo brasileiro traz no sangue o verdadeiro linguajar:

“Oxente”, “Vixe”, “a pulso”, que essas garanto a web não

Consegue abreviar e na andança em nossas terras,

Escritores e poetas nossa linguagem vão perpetuar.


Lauro de Freitas, 23/11/2020


-12-

Futuro da Língua Portuguesa

Helder Roque


Ai tempo que não voltas para trás

Onde tudo era simples e saudável

As nossas brincadeiras eram na rua

Brincávamos ao prego, ao peão,

Às escondidas, ao lencinho,

O tempo não perdoa e segue

Inexoravelmente na nossa existência

O mundo acelera as suas descobertas

As suas tecnologias evoluem rapidamente

Os computadores surgem nas nossas vidas

Começam a ser parte integrante do dia a dia

Aquelas brincadeiras de que falei no início

Passaram a fazer parte do nosso passado

Agora computador para aqui e para ali

Jogos e mais jogos que prendem a atenção

Da miudagem, dos jovens e até dos adultos

Até que surge as tecnologias de comunicação

O chat, o face, o instagram, o whatsapp

É preciso falar, é necessário escrever

Rápido, muito rápido para comunicar

Eis que surgem as abreviaturas utilizadas

Por milhões de pessoas em todo o mundo

Comunicar exige rapidez e ser eficaz

Sentimos então que a linguagem padrão

Passa para segundo plano com a internet

A ortografia deixa de ser uma preocupação

Tem que ser simples…nada de letras maiúsculas,

A mínima pontuação, abreviaturas, sem vogais

É esta fala, “escrita” que domina o mundo

Será que a língua Portuguesa está ameaçada

Com o avanço da escrita e a comunicação na WEB?

'A língua é uma ferramenta económica, cultural e diplomática.'

A escrita tradicional baseia-se numa escrita minuciosa

Que requer tempo para a ponderação

Ordenação frásica e um exigente suporte gráfico

No chat e no e-mail a escrita apresenta uma forma célere

Interessa que a mensagem enviada e recebida

Seja decifrada rapidamente e que seja trabalhada

Ora, aqui, entra o papel da família e do professor

As preocupações generalizam-se com a dificuldade

De evitar que os alunos usem a linguagem da internet

Nos seus trabalhos, bem como nas provas escritas

Os dois mundos têm que existir, não há nada a fazer

Linguagem erudita e a linguagem informal da internet

Os pais devem ter muita atenção com os seus filhos

Chamar a atenção que na escola a linguagem

É o Português e não a linguagem da internet

Deixar os alunos usarem a linguagem da WEB

Na escola pode levar a confundir a aprendizagem

Correta da língua portuguesa e isso não pode acontecer

Os professores têm que ser intransigentes nas medidas

Para evitar essa prática que se alastra pelas escolas

Os pais têm que ser os primeiros a defender a língua

“É articulação correta da língua que sustenta o pensamento correto”

Os pais e a escola têm que definir

A fronteira entre a linguagem abreviada

Do tlm e a escrita rigorosa do contexto escolar

Sabemos que é difícil conseguir mudar

Estes maus hábitos incrementados entre os alunos

Mas com a vontade, a exigência e a capacidade

Dos professores e dos pais, saberemos

Fazer com que os jovens aprendam a distinção

Entre usar bem o Português e o uso da língua informal


Portugual - 24NOV20


-13-

Ler, falar e escrever

Diná Fernandes


Viver sem comunicação

Seria ter vida desértica

Aplausos para a criação

Da nossa língua eclética


Língua materna, primeira

A se aprender, é fundamental

É nossa diária companheira

Usada em tempo integral


Língua portuguesa, ferramenta

Da comunicação, falar e escrever

Exige leitura, essa que aumenta

A prática do pleno desenvolver


Depende de vários conceitos

A expressão verbal correta.

Lamentável português estreito

Usando termo imperfeito


Na parca linguagem IQC

Por internautas desenvolvida

Alienando seu próprio saber

Ignorando a língua ferida


Quando bem dominada

Nossa língua portuguesa

Corretamente pronunciada

Ao ouvido soa com delicadeza


Maravilhosa arte do falar e escrever

Une pessoas, forma elos pela palavra

Para um texto o leitor compreender

É preciso a expressão de boa lavra


Cabedelo/PB


-14-

Computando a dor...

Hélio Cabral Filho


...Um lindo sol cobria o céu de anil;

A sua frente um campo bem florido...

...No entanto, nada viu, nada sentiu...

Estava no seu celular perdido.


...O filho a lhe sorrir tão pueril;

A esposa em seu vestido colorido...

...Mas, nada desfrutou e nada viu...

Estava no computador metido.


Assim nessa cegueira indescritível,

Enxerga apenas tecnologias

E tudo o mais pra ele é invisível!


Na tela da sua vida, as alegrias

Postadas da maneira mais incrível...

E ele a partilhar imagens frias!


Biguaçu/SC




-15-

Circuitos desintegrados

Hélio Cabral Filho


Eu vejo seres transistorizados,

Indiferentes, frios e calculistas;

Cumprindo os seus deveres programados

E decodificando extensas listas.


Eu vejo seres desumanizados,

Por conta dos seus gestos egoístas.

Percebo seres automatizados;

Empobrecidamente consumistas.


São máquinas, são peças, engrenagens,

Carcaças cibernéticas que tecem

As mais inexpressivas das linguagens.


Inanimados seres, sem juízo;

Não vivem como irmãos e desconhecem

O valor de um abraço e de um sorriso...


Biguaçu/SC


-16-

Desconexões

Hélio Cabral Filho


É muito triste a tecnologia,

Deixando o sentimento descoberto,

Quando aproxima quem se distancia,

Abstraindo quem está tão perto.


É dolorosa essa dicotomia,

Com cada qual se achando o mais experto.

Fazendo a quem está longe uma franquia,

Mas, do seu lado, um colossal deserto.


Criando pontes, mas fazendo estrago;

Em cada milionésimo segundo,

Um vazio, um silêncio sempre vago.


Vai cada um conectando o mundo,

No entanto, construindo do seu lado,

O abismo mais extremo e mais profundo.


Biguaçu/SC


-17-

Mensagem aos donos da língua

Cristiano Sousa


Quando ela chegou aqui eu e a minha já estávamos presentes. Foi se disseminando de mansinho até ganhar corpo, tomar todo o espaço e, assim, cooptar outras que já se encontravam neste território. Por força de lei, se tornou a única com direito a ser falada livremente, sem perseguições; as demais se tornaram estrangeiras na terra que antes lhes pertencia. Me impuseram uma língua que não conheço e querem me fazer acreditar que sou falante dessa língua, mas quando me deparei com um visitante de além-mar, não entendi a língua que dizem que também é minha, essa que, de tempos em tempos, fazem reajustes para manter-me colonizado, dominado pela matriz dessa língua portuguesa que, diga-se de passagem, é originada de idiomas árabes. Quando, em além-mar, tentaram impor uma língua estrangeira para nossos conhecidos de lá, eles disseram:‘Não!’, nós não falamos assim. Mas nossos visitantes impuseram sua língua para nós, e o que fizemos? Nada! Somos besta mesmo! Como podem me fazer acreditar que falo a língua dos portugueses se chamo os bichos dos rios de ‘jacaré’ e ‘piranha’, o bicho das matas de ‘jibóia’ e o bicho com penas de Jacu? Se a língua é portuguesa, não é minha. Estou utilizando o que não me pertence. Se me descobriram, não fui avisado; por favor, voltem outra hora e de outra forma; anunciem por lá que nunca estive escondido. Quero falar minha lingua, que não é o 'português brasileiro'. Minha lingua é uma mistura de idiomas dos povos originários deste continente, mesmo que esteja misturada com pitadas das falas de nações que vieram do outro lado do oceano. Minha lingua é o brasileirês.


Salvador/BA


18-

A Língua Portuguesa e a Comunicação na Web

Carlos Reinaldo de Souza


Exalto a Língua Pátria, em reverência,

a que Camões cantou a sua terra,

e a sua gente em versos, com cadência,

enaltecendo feitos, paz e guerra.


Também Bilac a Língua Portuguesa

elogiou, em versos eloquentes,

todo o vigor afirma, com certeza,

ela apresenta letras consistentes.


Exuberante língua, tu és audaz,

agente és da comunicação,

de se expressar na Web és capaz.


És tu, portanto, rude, culta e bela,

plena de brilho, luz e ostentação,

reinas no céu, na terra e na procela.


Conselheiro Lafaiete/MG


-19-

Carta aberta à Lingua Portuguesa

Vânia Vinhas Cardoso


Querida Língua Portuguesa: Como és bela e como cantam em nossos corações os sons de tuas palavras! Há séculos, és cultuada em versos, em sons, em obras-primas da imaginação e da criatividade humanas! Eis uma amostra da tua beleza, em uma pequena viagem ao Reino da Literatura e da Música: Luís de Camões cantou-te na perfeita poesia épica de “Os Lusíadas”, imortalizando a história de Portugal, país no qual nasceste, glorificando o povo português, os primeiros humanos a comunicar-se através de ti... Fernando Pessoa! Ah, este sim, cantou-te nas vozes de faces e “pessoas” variadas, cada uma expressando em versos ou em prosa, a sua personalidade própria na variedade de sua forma de dizer e de escrever... Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e o próprio Fernando Pessoa mostraram ao mundo como és grande, o quanto ofereces à capacidade criativa do ser humano para extravasar o finito e vislumbrar o infinito. Afinal, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”! A beleza do teu vernáculo atravessou todo um Oceano – o Atlântico – e, trazida pelos portugueses, conquistou as então novas descobertas “Terras de Santa Cruz” e, com o passar do tempo, espalhou-se na fala e na escrita pela imensidão do nosso Brasil. Aqui, Castro Alves navegou nos mares de tuas palavras em ondas de “Espumas Flutuantes”! Machado de Assis, em sua forma peculiar e culta de escrever, elevou-te ao mais alto patamar da erudição, promovendo a tua “Ressurreição” e venerando-te no altar de obras-primas onde “Helena”, olhando para “A Mão e a Luva” dialoga com “Dom Casmurro” e, juntos, recordam as “Memórias Póstumas de Brás Cubas”... Fernando Sabino, diariamente, tinha um “Encontro Marcado” contigo e, certa vez, para louvar-te em palavras próprias, ora plenas de comicidade ora recheadas de realismo, revisitou Dom Casmurro no “Amor de Capitu” e viajou de forma quixotesca pelas Minas Gerais de “O Grande Mentecapto”... Cecília Meireles, plena de lirismo, fez bela “Viagem” na sensibilidade e espiritualidade dos “Cânticos” de tua “Vaga Música”... e celebrou a criança interior que vive em todos nós, levando-nos à reflexão da escolha: “Ou Isto ou Aquilo”... Monteiro Lobato imortalizou-te em sua obra para pequenos (e grandes!) corações, na fantasia e simplicidade do adorável “Sítio do Pica Pau Amarelo”. A pluralidade regionalista do teu vernáculo, mui amada Língua Portuguesa, foi cantada por José de Alencar, onde à sombra de “O Tronco do Ipê”, “Iracema”, a virgem dos lábios de mel, em companhia de uma bela “Senhora”, dialoga com “O Gaúcho” e “O Sertanejo”, na observação atenta de “O Guarani”, bravo indígena que, com olhos brilhantes, procura sorver os sons do belo idioma que então se lhe apresentava aos ouvidos atentos. Ainda na tua pluralidade, Euclides da Cunha descreveu e apresentou-nos “Os Sertões” com a riqueza quase científica de detalhes... e Guimarães Rosa levou-nos pelas “Veredas” do “Grande Sertão”. Bela Língua Portuguesa: tuas palavras descrevem “O Tempo e o Vento” em “Caminhos Cruzados” à procura de “Um Lugar ao Sol”! Certa vez, “Senhor Embaixador”, carinhosamente aconselhou a jovem “Clarissa”, dizendo-lhe: se queres ser feliz, vives com simplicidade e sempre “Olhai os Lírios do Campo”, pois “O Resto é Silêncio”! Assim, cantou-te e celebrou-te em prosa o gaúcho Érico Veríssimo. Carlos Drummond de Andrade, conta-nos que, um dia “José”, caminhando distraidamente, quase se machuca, pois “no meio do caminho tinha uma pedra”. Entretanto, o bom José tem em si o “Sentimento do Mundo” e, apesar da pedra que insiste em impedir-lhe a caminhada, segue adiante com “A Vida Passada a Limpo” e pensando o que poderá fazer “Para Viver um Grande Amor”! Nas Canções, onde a Melodia dos sons se encontra com a Poesia das palavras, estás presente, Língua Portuguesa, no cotidiano daqueles que se apropriam de ti para bem viver e integrar-se aos semelhantes. Na “Travessia” das ondas do “mar (que) quando quebra na praia é bonito, é bonito”, a jovem “Garota de Ipanema” desfila sua beleza... Ao anoitecer, ao longe, o “Corcovado” e as luzes do Cristo Redentor iluminam “A Noite do Meu Bem”. E aqui estão Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Dolores Duran, em canções que cantam a beleza musical dos versos que somente tu, querida Língua Portuguesa, podes propiciar! Com “Saudade da Bahia”, talvez Dorival Caymmi, ao compor a “Modinha para Gabriela” tenha pensado como seria divertido se Gabriela, Tieta e Dona Flor se encontrassem nas “Tardes em Itapoã”, para, juntas, preparar e saborear deliciosos quitutes, bolos e quindins aromatizados com “Cravo e Canela”... ou, mesmo, apreciar um picante “Vatapá”... E então, cara Língua Portuguesa, vês como és versátil! Caymmi, Jorge Amado, Vinícius, Toquinho... todos, cada um ao seu jeito, fazendo de ti uma obra de Arte. E a moça feia, da janela, vê “A Banda” passar e tem vontade de sair às ruas e dançar uma “Valsinha”, enquanto admira a bela “Construção” da nova casa do vizinho... e é invadida por tanta “Alegria, Alegria” que, ao terminar de bailar, após a banda passar, segue na “Aquarela” do “Trem das Cores” rumo ao Arco-Íris... Aqui estão Chico Buarque, Caetano Veloso, Vinícius e Toquinho cantando poeticamente a beleza de tuas palavras... Língua Portuguesa: como cantou Cartola, “As Rosas não Falam”, mas exalam o seu perfume... e o som “Carinhoso” cantado por Pixinguinha, fala fundo aos corações daqueles que te amam e que se servem de ti para ser e fazer-se no mundo. És sim, “a última flor do Lácio”, como diz o poeta Olavo Bilac... És sim, “bela”, muito bela... mas, creio que não és mais “inculta”... pois, ouve o que te digo: quantos poetas, escritores, compositores e artistas, há séculos, trabalharam e ainda trabalham para aperfeiçoar-te e para imortalizar-te e, assim, louvar-te no Altar das Artes! A ti, caríssima, doce, musical e bela “Língua Portuguesa”, o meu Amor e a minha Gratidão! Varginha (MG), 28 de novembro de 2020. Vânia Vinhas Cardoso


-20-

Língua portuguesa e a comunicação na web

Marina Martinez


Tema interessante. A tecnologia vem evoluindo de forma intensa a cada dia. E sua forma de comunicação também se apresenta dinâmica. Ouço comentários de q as crianças, hoje, nascem com computadores nas mãos e os dominam com mais facilidades do q muitos adultos. E é verdade. Os pequenos aceitam essas tecnologias com muita naturalidade, sem dificuldades ou maiores comparações. Não sei em outros países, mas no Brasil parece q isso é sinal de afastamento. Grupos se distanciam e, às vezes no mesmo ambiente, se comunicam na rede. Estranho. Mas real. Procurei no dicionário e vi q web é ‘página ou conjunto de páginas da internet com informações diversas, acessível pelo computador ou outro meio eletrônico’. Uma rede! Com informações – boas e ruins- ao alcance de todos. Certo. E passo, de imediato, às mensagens rápidas, do dia a dia, dos recados pessoais ou de trabalho. Observando a máxima ‘tempo é dinheiro’, essa comunicação agilizada se tornou imprescindível no cotidiano de muitos. E isso, sem qualquer dúvida, ñ privilegia o texto organizado, cuidadoso, bem elaborado, gramaticalmente correto. E aí começam debates, na minha visão. Óbvia a existência de pessoas com dificuldades em se manifestar por escrito, por falta de estudo, atenção ou por pressa, mesmo. Mas q ainda conseguem se comunicar. Atropelam a linguagem? Muitas e muitas vezes! Cada ‘tribo’ possui palavreado próprio. E a língua portuguesa, decantada em prosa e verso, aparece simplificada, embaçada, ás vezes maltratada. Mas ainda conseguindo transmitir suas mensagens! Se estou bem com isso? Pouco importa! Aprendi a analisar o momento no qual estou e para onde poderei ir. E entendo, gostando ou não, estarmos todos em tempos de transição. Por isso, continuarei escrevendo meus textos do modo mais correto possível, mas não vou ignorar ou demonizar quem se comunica de forma diferente, com linguagem e sinais próprios, figurinhas nem sempre de bom gosto, contanto que tenham sentido. É de + saber q, n futuro, poderei entender e ser entendida p pessoas envolvidas nessa teia universal. E a língua portuguesa? Como tantas outras, sofrerá modificações, arranjos, mutações mas continuará existindo. Se verei isso? Apenas o tempo pode responder. Mas espero estar aberta a essas transformações! Namastê!


Palhoça/SC


-21-

O Português da WEB

Luciene Alves


Tudo ficou simplificado

O Português tá mudado

Você agora é vc

Beleza é blz

Verdade é vdd

Facebook mil amigos

Ñ se conhece

Nem a metade

O melhor amigo

Virou o whastApp

O namoro pelo Tinder

Noticias falsas

Fala -se fake News

Sinto falta do dicionário

E do querido Português

Viver só no virtual?

Será que é legal?.


-22-

Comunicado em Bits

David de Carvalho


Hei!

Eu escrevo tentando me comunicar

em letras tortas que escorrem nas entrelinhas

e discorrem sobre as memórias de

quase tudo e do que ainda não sei.

São linhas que me trazem a memória os

pensamentos de tantas vozes quase esquecidas

que dormitam esquecida n’alguma estante ou

em algum lugar das nuvens virtuais.


É sobre as vidas diluídas que se agrupam

a cada dedilhar dos teclados,

É a insurreição contra o domínio dos logaritmos

que subvertem, vigiam, invertem e embaralham

as ideias nesta Babel de Gigabits on-line.

É a oposição a conectividade objetivada dos desejos,

Até que nada mais, ou quase nada mais reste

para além de um vazio humano digital.


Mas aqui a palavra teimará afirmar-se alheia aos bits,

Posto que a palavra escrita pode subverter o momento

e colocar-se fora do tempo e do lugar.

Assim, mesmo que emaranhada as grades de pesquisa

e misturada a tantas outras palavras seguirá impassível,

Recusando-se a obedecer a qualquer ordem,

Convenção, modismos, melindres ou gostos literários,

Pois estas são as memórias e as fantasias deste poeta,

Onde desfilam as lembranças dos que ficaram para trás.


Então, este é o meu momento de compor e

recompor as frases, de libertar os sentimentos

e de traçar os versos em linhas,

De empiná-los e soltá-los em sonetos que se

desfaçam e se reagrupem nas ondas do Wi-Fi

em simples frases a brincar no infinito dos sites,

Jogados sem eira, beira, sem rumo ou direção.


É assim que seguem estes versos

em direção a você que o desejar ler,

Que cobiçar o possuir, mastigar e engolir,

Que tem ânsia de introjetá-lo e torná-lo seu.

No fundo penso que todos os versos

e os universos dos poetas são sedentos,

Que são reflexos de um algo a mais,

Pois são famintos de um bocado de ilusão.


Por isso sinta, estes versos são a carne

dos meus sentimentos lançados em profusões

de ideias compartilhadas que esclarecem e

informam sobre um breve instante do meu ser.

É como o coelho que retiro da memória,

Arrancando-o das garras da companheira solidão

e das horas tecnológicas intermináveis

do êxtase cíclico deste Narciso virtual.


Pois é nesta meretriz imagética e sedutora

que os corpos convulsionam em fantasias,

Enquanto contorce-se em efêmeros gozos vigiados

e em prazeres hipnotizados pela mágica do olhar.

É o derradeiro prazer no exibicionismo que desperta

o desejo de ser olhado para além da tela,

Para além da visão.


Porém, agora no devaneio de ter cativado você,

Desejo que a língua se mostre em toda inteireza

e na amplitude sedutora da fina flor do Lácio,

Que se mostre bela, despida e em formas sensuais,

Que pose significante e que reverbere em suas fantasias

com todos seus melindres de megabytes.


Por isso não se espante, isso é sedução, é rebelião,

É a recusa da língua em entregar-se impassível

a qualquer decomposição, controle e dissolução

que a reduza a simples figuras impressas

em frios pictogramas que signifiquem apenas a coisa.

É a recusa da sua objetivação.


É a língua em espírito subvertendo a ordem virtual,

Que em revolta se insurge contra qualquer redução

e contra qualquer abreviação.

- Então, as favas com a simplificação,

Ao diabo com suscinto!

Pois vou expressar-me compulsivamente,

Não a economizarei, vou criar versos e estrofes

até esgotar cada palavra sentida,

Ultrapassarei em êxtase os limites das frases,

Até que nada mais me reste a dizer

além de palavras obscenas.


Hoje, aqui e agora a língua se jogará,

Mergulhará em qualquer profundidade,

Esmiuçará os velhos léxicos e trará a luz

qualquer coisa que possa pensar e expor.

Ela se manifestará lançando brados aos ares

em forma de dardos Querubins a todos

os amantes que dela possa se interessar.


Este é o instante no qual eu sou linguagem,

Sou pura língua a desconstruir o corpo compacto,

Deixando à mostra o que é etéreo

e que ninguém alcançará se não for por amor.

Por isso não se espante, não se avexe

com toda esta eloquência, pois

serei prolixo e transgressivo.

Assumirei a preponderância e a oposição

a qualquer forma de controle,

E exigirei com força do desejo que me devora

o direito a longevidade para toda a expressão.


Então, não pense e não sonhe em me controlar,

Se não me ama não me suporte e vai-te embora!

Suma, deixe-me, desapareça, abandone este lugar.

Vá, desista, é inútil contar os versos e as estrofes,

Posto que todo meu ser aqui é sempre o reverso

de qualquer coisa que você possa imaginar.


Por isso, não tente me reduzir a símbolos ou

Me compreender lendo-me nas linhas,

Pois aqui a coisa em si nunca é designada,

Mas segue dizendo sempre o que está para o além

daqui ou de qualquer outro lugar.


É assim que me apresento em ato transloucado,

Sempre alucinada e transmutada, pois sou miragens,

Sou o reflexo d’alma, sou o desejo de procriar

com todos os que um dia em mim foram,

Os que hoje estão e os que um dia chegarão.

Sou a que se deita com os amantes do vocábulo,

Sou a meretriz faceira na essência do verbo Divino

Sou a fêmea parideira que se manifesta na

verbalização do “faça-se a luz”, faça-se a palavra.


Eu sou o ato reencarnado,

Eu sou o que goteja do amor de Eros e Psiquê,

Sou daqueles que nunca se entregarão a norma,

Dos que nunca se obrigarão a simplificação,

Sou dos que amam longamente até a satisfação,

Pois sou o orgasmo lento e contrário a brevidade.

Sou dos que desprezam os likes efêmeros,

Pois sou quem sou:

A Bela e Fina Flor do Lácio.


Salvador/BA


-23- A Palavra Bailarina Salomé Pires (Mel) Você Já percebeu Como a natureza Gosta de dançar? Observe o vento O tempo e o mar Você já observou Como a natureza Gosta de gingar? Observe o pensamento O momento e o ar Tudo em sintonia Na harmonia A bailar, Observe o tom O som e o calar Como o universo Das palavras Que se junta, Ajusta-se Para rodopiar Observe os laços Os abraços e o beijar Como a natureza A palavra Quer brincar Existir Germinar Observe a semente A gente, o atuar Ser protagonista Coadjuvante Mel e fel Emoção e razão A seguir adiante Observe o compasso O passo, o deslizar A palavra É bailarina É menina como a natureza, eterna beleza Quer revelar! Águas Mornas/SC -24- Em meio a Trama Salomé Pires (Mel) O Ponto brigou com a vírgula Querendo que terminassem A vírgula chorando muito Pedia que continuassem. A interrogação questionou A exclamação admirou-se A reticência esperou... O ponto e vírgula antecipou-se. A discussão foi adiante Mas a ideia continuaram Em uma trama emocionante, Quando tudo terminaram Uniram-se corajosamente E para outra Aventura imigraram. Águas Mornas/SC -25- A Comunicação em Lingua Portuguesa Acrósticos por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil C-Comunicação apresenta duas maneiras: O-Os sinais são verbais ou não-verbais M-Mostrando linguagens diferentes: U-Um código com ou sem palavras, N-Na verdade expressa fatos reais; I-Independentemente se for falada ou C-Com o sistema organizado da escrita... A-A pintura, a música, a dança, mímica, Ç-Com certeza traduzem os elementos Ã-Associados à divulgação e compreensão; O-O receptor recebe mensagem do transmissor E-Entre os meios sonoros ou visuais, táteis M-Mas podem ser gustativas e olfativas... L-Limitamos as funções da linguagem I-Indicando a função referencial-denotativa; N-Na função emotiva ou função expressiva; G-Gostamos da analisar a função poética; UUma função fática e metalinguística! A-Apresentamos o padrão formal ou coloquial. P-Podemos classificar os gêneros textuais: O-Os gêneros: narrativo, descritivo, dissertativo; R-Revendo os Processos de Comunicação, T-Também representam o mundo ao redor, U-Um caminho para exposição dos sentidos, G-Garantindo influência certa dos outros: U-Um enunciado linguístico traz reação E-Em relação à progressão narrativa e, S-Simultaneamente obedece à organização A-Alimentada pela decomposição analítica. L-Língua Portuguesa nos séculos XV e XVI, foi U-Uma Pátria portuguesa que se espalhou pelo mundo: S-Saiu do Império Colonial e comercial Europeu, seguiu O-O caminho para as costas Africanas até Macau, F-Foi à China, Japão, Brasil, e nas Américas... O-Os emigrantes fazem dela a segunda Língua, N-Na Suíça, Paraguai, Luxemburgo, Maurícia, I-Inúmeras comunidades de Andorra, Namíbia, A-África do Sul, Paris, França, Inglaterra e outros. N-Nos territórios do Oceano Atlântico, Toronto, Boston, O-Os EUA, Montreal, New Jersey, Nagoya, Hamilton... M-Mais de 280 milhões de falantes em 4 Continentes, U-Uns 64 milhões de Africanos, 12 milhões de Europeus, N-Na América do Norte-dois milhões, 330 mil na Ásia... D-Das Comunidades dos Países de Língua Portuguesa/CPLP O-O Português está ganhando a cada dia, a maior popularidade: -Em 2020, há 200 milhões de falantes na América do Sul. L-Ligações históricas tiveram origem na Península Í-Ibérica, ao noroeste (Galiza e Norte de Portugal) N-Na antiga Gallaecia) expandiu-se, G-Ganhou parte da antiga Lusitânia e U-Uma parte da Bética Romana. No séc. III, 218 a.C. A-Apareceu o romance galego-português, do latim falado, P-Pelos soldados e colonos romanos. No século V O-O latim vulgar, diferenciou-se das línguas românicas, R-Resultante, depois da queda do Império Romano. T-Temos os registros mais antigos nos Tabelionatos, U-Uma documentação do século IX, do latim notarial... G-Guardada como “alatinada” a língua falada era U-Um galego-português. Os mais antigos textos escritos, E-Em Português, constituem a língua do registro régio, S-Segundo Ivo Castro, uma produção primitiva portuguesa, A-A partir de 1255, adotada no reinado de D. Afonso III... M-Mas na 1ª Universidade portuguesa, criada em Lisboa, O-O Estudo Geral foi decretado pelo Rei Dom Diniz; S-Sua “língua vulgar” passou a ser Língua Portuguesa oficial. T-Toda a irradiação da Língua Portuguesa, ficou na R-Responsabilidade da integração e na verdade, A-A partir de 1516, o português arcaico tornou-se moderno... D-Do século XVI até o presente, nossa língua portuguesa A-Aumenta cada vez mais sua complexidade lusófona. D-Divisão Dialetal do Brasil tem pouca precisão, I-Inúmeros linguistas tais como Amadeu Amaral, A-Aprovam o dialeto caipira...Atual divisão do L-Linguista-Filólogo Antenor Nascentes e outros, E-Exemplificam doze: caipira, maranhense(meio nortista), T-Todo baiano, gaúcho, paulistano, fluminense, O-O sertanejo, o nortista, o mineiro (Minas Gerais) S-Sulista, embora tenhamos outras classificações. L-Leite de Vasconcelos (Séc. XX) fez os primeiros estudos. U-Uma enorme variação entre os DIALETOS Angolanos, S-São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Espanha, Moçambicanos, Ó-Ou Timorenses, ou do Uruguai, ou em Portugal... F-Fala que um dialeto não pode ser considerado O-Ou melhor, ou mais perfeito, uns entre os outros, N-Na verdade, até apresentam certa dificuldade, O-Onde países mostram diversidade na inteligilidade mútua, S-Sabemos que o Português tem sua origem latina. N-Na atualidade foi promulgada a nona alteração A-À Lei da Nacionalidade Portuguesa: Lei 37/81 de 03/10/2020. A-A comprovação dos laços afetivos de netos e bisnetos, T-Trazia dificuldades para apresentação de documentação; U-Uma exigência basilar está no conhecimento do idioma; A-A união entre casais, unidos há 3 anos, foi uma conquista; L-Ligações familiares, aos filhos residentes por um ano; I-Informações relevantes indicam o crescimento da lusofonia; D-Dentro dos nove países da CPLP, a unificação da grafia passou A-A ser necessária, para valorizar os falares de seus habitantes, D-De cada região com sua história, cultura, tradição e o socioleto. E-Excluído o [Internetês] a comunicação na Web é facilitadora. Belo Horizonte/MG -26- Perdão Poesia e Paz na Web Soneto por Silvia Araújo Motta Perdão, Poesia, Paz queremos ver no céu, na terra, mar e a luz do amor cicatrizar no mundo, toda a dor que a guerra sempre traz e faz crescer. Que os Continentes, Vidas possam ter na liberdade de ir e vir, valor da lei cumprida sem causar horror; conter o medo faz o Bem vencer. Que a segurança reine entre as Nações; o Cidadão mantenha voz, respeito, força, esperança e fé que tem lições: “Faço-me forte em vossa vista pura...” Sem utopia, trago o verso eleito; abaixo as armas, mente aberta cura. Belo Horizonte/MG -27- Língua Portuguesa Lusófona Soneto por Silvia Araújo Motta A Língua Portuguesa de Camões, Machado de Assis-Gênios do saber inteira luz gigante entre as nações conduz valor cantante em cada Ser. Impõe respeito, glórias nas lições! Linguagem pura cumpre seu dever, razão perfeita impede os arranhões, palavra forte, imagem de poder. No linguajar que fino trato alcança na mente mostra fúlgidos letreiros, reparte a bela Flor do Lácio-herança. Sonora e rica brilha pelo mundo e tem na escrita brados altaneiros: - Tesouro raro dá saber profundo. Belo Horizonte, Minas Gerais, Novembro/2020. -28- A Língua portuguesa e a comunicação na web Nena Sarti Século XXI tecnológico, Tudo que queremos está na web, Sério? O mundo nunca esteve tão ligado, O homem nunca esteve tão só... A era do individualismo, A era do egoísmo, A era da massificação do "eu" A linguagem perdendo a forma, Informando, desinformando, Enformando as criaturas conhecedoras do nada... A língua portuguesa, riquíssima, perdeu seu brilho, O que sabemos na comunicação? Carinhas redondinhas nos comunicam: 😘🥰😙😁😂😭 beijo lindinha, sorria, gargalhei, chore de rir ou chore... A Era que já era. Vamos ficar de👁️🙏🙏🙏 amém. (Nena Sarti - Campo Grande, MS- 2020). PARTICIPAÇÕES TEMA LIVRE -01- Poesia,poema. Conceição Ferreira Poesia, poema, Percurtem emoção ao coração. Prioriza fantasias... Poeta por poeta, Permanecem fiéis e ambos! Passeiam pelo mundo insondável da alma, Põem em calma, Pensadores, até! Partir para o mundo da utopia, Ponto final para a alegria! Participe,pois,desta primazia. Também podemos deletar um vogal num redação completa como no: O TEMPINHO de um IDÍLIO, Meu querubim. Por um sem fim de desentendimentos entre nós, Nosso idílio teve esse breve rompimento. Restou no meu peito um monte de sentimento. Oh! Como dói esse meu peito! Dizem que lhe dei motivo sério, porém, Desistir de você, quem disse que vou? Esse longo tempo juntos, foi-me muito emotivo! Por isso nem penso em lhe esquecer. Tenho pleno convencimento que dei tudo de mim, E consegui lhe ver feliz! Sei que em breve tempo tem reinício Nosso idílio, Pois só nos temos um tempinho,menis de um mês. Se quiserem conhecer bem nosso contexto idílico, Como disse meu genitor: "espere com fé. O tempo tudo resolve". Despeço -me retendo Sei sorriso términos meus tristes olhos. Quero que pense sempre em mim! Quero -lhe e isso é definitivo! Sei e sinto, nem escondo de ninguém. Deus vê que sou sincero. Neste momento quero Deus beijos, seus mimos... Sei que pivôs Deus sonhos no sono. Ser ciente disso é meu enorme deleite. Salvador/BA -02- Como a poesia pode revolucionar a educação Josias Alcantara Educar é relativizar o eu humano; é um processo de abertura para o outro. (Jean Jacques Rousseau) Os professores encontram sérias dificuldades na escolha sobre a melhor estratégia para inserir a poesia em suas aulas. Por que existe essa dificuldade? A resposta é muito simples. Desde os tempos idos, a poesia e a filosofia, foram quase abolidas das salas de aulas, porque os praticantes se tornavam mais críticos em razão do aumento de conhecimento paralelo que adquiriam. A lacuna de quase cinquenta anos, fez com que pelo menos duas gerações de educadores não tivessem acesso a essas matérias tão importantes na vida de muitos. Os cientistas descobrem o ápice da tecnologia presente, mas somente os poetas as tornam belas e únicas em seu devido tempo. Não é a poesia jogada ao léu que mudará a estrutura pedagógica e sim o compromisso de cada profissional com os valores que dão sustentabilidade para a formação humana. Viver é o que desejo ensinar-lhe. Quando sair das minhas mãos, ele não será magistrado, soldado ou sacerdote, ele será antes de tudo, um homem.. (Jean Jacques Rousseau). A poesia é, em primeira instância, o ato de viver com alegria e solidariedade existencial. Se a base estudantil for alimentada por meio de estímulos eficientes e interativos, teremos, com certeza no futuro, um aumento significativo de novos leitores, principalmente para aqueles que entenderam as dádivas que um livro proporciona. Torna-se importante a adesão da família e educadores, fortalecendo sobretudo o ato do pensar com prazer e evoluir conscientemente Sugestões práticas para trabalhar com a poesia em sala: 1-Oficinas de poesias e literatura visando aguçar a criatividade e a imaginação de novos pensadores. Um país se constrói com homens e livros (Monteiro Lobato) As escolas que beberam desta idéia tiveram incríveis resultados, não somente no crescimento intelectual, como também na disciplina de várias matérias, tais como, português, literatura, história, filosofia e artes. 2-Estimular a contação de histórias, realização de recitais, encenação de peças de teatro, utilizando temas construídos pelos próprios alunos. Os professores notarão a expressiva melhoria de repertório vocabular, no diálogo e na oralidade livre e descompromissada. 3-Incentivar e promover concursos internos e externos de eventos coletivos e competições esportivas. Esse intercâmbio cultural os fará, com certeza, mais próximos e prósperos, todas as vezes que trabalharem em equipe inserindo, sobretudo a honra, a verdade, a solidariedade e o amor ao próximo. 4-Desenvolver oficinas que agreguem valores, tais como: desenhos artísticos, canto, dançam, jornais interno, oficinas manuais e jogos lúdicos. Havendo disposição para essa prática e exercício contribui-se para uma nova safra de preciosos cidadãos. 5-Motivar a participação dos pais, para que eles sintam mais interesse pela escola e pelos filhos. Se a arte for inserida desta forma, nos corações dos jovens, teremos não somente o resgate da poesia inserida como base, mas uma revolução educacional, propriamente dita... 6-Exemplo: Na escola municipal de Curitiba, Papa João XXIII, alguns professores conseguiram experimentar algumas das propostas citadas. Em razão do exercício prático e contínuo, de tais estímulos artísticos com seus educandos, conseguiram a classificação de melhor escola pública em todo estado do Paraná, e a quarta melhor do Brasil. Esta experiência validou-se, depois de cinco anos de muito interesse e dedicação de todos os envolvidos. 7-Para isso é necessário analisar todas as etapas experimentadas. Uma base de ensino bem fortalecida de valores e unidade, será a promessa de um futuro mais justo e humano. Edifica-se, portanto, o homem, ou desmorona-se o ser. Sem poesia, seremos viajantes desatentos, sem percebermos a beleza que nos rodeia. Florianópolis/SC -03- Vezo Valter Bitencourt Júnior Furtarei a tua fragrância... Sinto todos os dias O teu aroma!... Vou me banhar no teu corpo, Todas as noites de jasmim! Só para degustar o teu Perfume. Salvador/BA -04- Meus noventa anos em diante José Fernando Campos Ribeiro De repente decidi registrar certos momentos concernentes a meu proceder, um tanto curioso tendo em conta a minha idade bem (ou mal?) avançada. Antes, ligeiras pinceladas a respeito da minha pessoa: nasci no Rio de Janeiro em dezembro de 1930; como o tempo voa! De família modesta, quando meu nobre pai sustentava-nos (minha mãe já adoentada, eu e mais quatro irmãos) com modesto soldo da polícia militar, na função de tenente, digo que poderíamos ter nascido em berço de ouro se meus avós paternos houvessem por bem administrar, com a devida competência, os significativos bens herdados de seus antepassados. Verdade que nossa riqueza consistiu na educação moral, com lições e dignidade. Quando ainda adolescente, sem saber bem o que queria ser no futuro (além de desejar sucesso para o Botafogo), decidi ser “concurseiro”. Consegui êxito tomando posse no Banco do Brasil através de concurso público em novembro de 1957, aposentando-me em outubro de 1986, e ora morando no sul de Minas na cidade de Varginha. Casei-me em julho de 1962 com Marly Ponce, jovem da cidade de Nova Friburgo-RJ, de boa família, responsável, descendente de italianos, dedicada dona de casa, e que dispensa empregada doméstica. Hoje contamos com três filhos formados, sendo um homem e duas moças além de quatro netos adolescentes. Costumo dizer, a título de pilhéria, que na qualidade de esposa, Marly atende noventa e nove por cento das minhas expectativas sendo que a diferença há de ficar por conta de minhas possíveis neurastenias. Ainda bem que, mesmo ciumento, inclusive com relação ao “melhor amigo”, sou um cara equilibrado, compreensivo em geral, “fácil de levar”, caso contrário a nossa união conjugal não chegaria até hoje. Deve haver também vice-versa por parte dela, coisa que “não sei e não quero nem saber”, como diria certo humorista. Passado algum tempo depois de casados, querendo contar com algo mais de sua ajuda, de modo estratégico sugeri que ela tirasse a carteira de habilitação de sorte a levar, por exemplo, as crianças à escola, eventuais consultas médicas, supermercados etc. Daí, tomou conta do volante e, praticamente, colocou-me para escanteio . Em viagens “exige”, no bom sentido (para ela), dirigir quase o tempo todo a pretexto de acalmar-se... Sendo assim, nesse pequeno detalhe particular de nossa vida, eis mais um exemplo de casos em que a criatura supera o criador. *** 14 de novembro/2020 *** Outro dia fomos convidados a passar um fim de semana na roça, aqui perto, cerca de uma hora de carro, em Palmital do Cervo, município de Carmo da Cachoeira onde meu genro e filha construíram pequena casa nos fundos do quintal dos pais dele. Foi gratificante o passeio quando desfrutamos de caminhadas entre cafezais das fazendas ali próximas. Daí decidimos dar uma chegada num local mais afastado e observarmos bela paisagem formada pela mata nativa onde há um riacho em meio de várias pedras, local procurado por turistas da região em dias calorentos de sorte a desfrutarem das águas cristalinas, refrescantes Todavia, animado para lembrar os dias de adolescência, animei-me a ponto de saltar de pedra em pedra com habilidade de caprino, como fazia naqueles tempos nas pedreiras dos subúrbios do Rio, onde morava. E acompanhado da molecada, ainda banhava-me nas poças d’água formadas no local pelas chuvas. Mas os familiares mostrando-se bem apreensivos com a minha “proeza”, ameaçaram levantar acampamento, isto é, retirarem-se caso eu não parasse de correr grande risco. Mesmo alegando que já fiz muito disso, advertiram-me de que “isso era antigamente”. Tudo bem, não vamos contrariar a galera, né? Varginha/MG -05- Entre “aspas” (Um acróstico) Lourdes Ramos E las andam aos pares, sempre acompanhadas N o princípio e final de cada citação lá estarão T udo em evidência é o seu maior lema e dilema R estam ‘aspas simples’ se houver as “duplicadas” E m estrangeirismos use itálico, negrito ou “aspas” A cham-se em palavras, frases, expressões escritas S ão chamadas ainda comas ou“vírgulas dobradas” P or insinuarem o oposto do que dizem, são irônicas A spas servem para isolar tudo, em seu benefício S e houver citações sem aspas, de plágio é indício! Rio de Janeiro/RJ



-06-

Achei o meu amado

Mirian Arceno Rocha































Camboriú/SC


-07-

Recado

Marta Eliane S. de Carvalho


Hoje o sol sorriu logo cedo pra mim

Ontem a lua já tinha dado o seu recado

Que o dia seria ensolarado assim...

Que o mar estaria agitado,

Mas que eu nada temeria enfim,

Pois você estaria ao meu lado...

Hoje o bem-te-vi cantou logo cedo pra mim

Senti que era mais um recado:

Que você iria chegar a qualquer hora,

Corri e pintei os lábios de carmim,

Solidão, mandei embora,

Abri a janela da alma,

No coração reina paz e calma,

Só espero você agora!


Florianópolis/SC


-08-

20 de novembro de 2020

Vera Passos


Hoje sou a voz das muitas gerações que seguiram o tempo

Viajo no vento dos meus ancestrais que vieram de longe, perderá a paz, viveram da saudade.

Sou o grito que calou ANASTÁCIA e deu força a Zumbi dos Palmares.

Ninguém me cala, nem me esconde do maldito capataz.

Sou solidariedade nascida dos meus avós, onde a Índia socorre o escravo atordoado.

O amor os uniu contra o infeliz que o feriu na senzala escura.

Sou a luta dos que enfrentam o frio e a fome, para angariar o mísero salário mínimo que mal

dá para o “de comer"

Sou a alegria dos que superam a dor, a batucar no terreiro, a dançar e cantar a saudade, ao pé

da fogueira, na noite de luar.

Sou a menina cosmopolita que visita o espaço nas páginas do livro de GEOGRAFIA, onde o pai

ensinou consultar mapas, até os 13 anos e depois...depois partiu

Sou a Guaibim que grita e pede paz.

Qual é minha raça? Se você souber, diga-me. Eu não me encontro nas loucuras desses homens

vis, sou humanidade.

Uma parte veio dos mundos além oceanos, a outra, é autóctone

Sou brasileira viajante do ar, do mar, a alma é de qualquer lugar, não tem cor.

Minha força é negra, construo minha estrada, todo dia, abrindo veredas, sem medo.

Aos meus ancestrais escravizaram, a mim não; não ousem, não se atrevam, quem me guarda

tem luz , arco flecha, Trimbal...

Minha luz é a leitura constante onde ganho sabedoria.

Meu rosto tem linhas traços, endereços da minha estrada, minha essência, meus Passos.

Tiranos e algozes, nunca mais...

Viva! a liberdade de pensamento, alegria, solidariedade... essas riquezas eles não têm.

Eles que se curvem diante da corrupção, eu não.

Viva meu Pai que me ensinou, ser livre.


Salvador/BA


-09-

Antologia Interfaces de Amor e Paz

Roseli Farias


-10-

Auroras e sol

Diná Fernandes


O meu dia

se faz de auroras e sol

a noite apaga o brilho

do dia,


as palavras

enfeitam o papel

com meu verso

noturno

repleto de sono.


O poema nasce ébrio

sem equilíbrio,

Receosa, engaveto

minha embriaguez verbal.


-11-

Infinito horizonte

Diná Fernandes


O horizonte é infinito sim

É na imensidão desse infinito

Que a cada dia a vida me mostra

Novos sorrisos e lampejos de esperança

Mormente se sinto que as moléculas

Querem desagregar,

enfraquecer minha resistência


Reluto,

Instabilidade corporal se achega.

Embora com esse corpo alquebrado

Pela ação do tempo,

Precariedade corporal

ainda não me afetou por completo.

É natural a chegada das limitações,

Por enquanto,

ainda vivo equilibrada.

Vivo em construção,

Renovar e inovar é preciso.


Falo para as limitações

Que não pretendo ser operária da dor

E, que sou escrava do Bem Estar.

Chorar? Deus me conforta tão grandemente

Que minhas lágrimas se transformam

Em largos sorrisos

Que alegram meus dias cinzentos.


Quem me rodeia

Com certeza não aturaria

Uma cara sisuda,

Por isso, o riso vai comigo

À todos os lugares.


Cabedelo/PB


-12-

Alma calada

Diná Fernandes


Quando

O coração entristece

A alma se cala,


O verso não vem...


Quando

A alma se cala

Transpiração se achega


O verso não vem...


Quando

A transpiração arrefece

O vento se apieda

Passa, deixa sussurros,


O verso flui...


Nasce o poema

De parto indolor

O poeta agradece.


Em silêncio

e sem plateia

O verso vem na insistência...


Cabedelo/PB


O Dom de Nascer

Rafael Paulo Cappai



































Florianópolis/SC


-14-

Nas palavras!

Regina Kreft


Há desalinho, caminhos,

encontros e desencontros.

Sonhos silenciosos

que se desmancham

em espumas, quando

as areias da realidade

encontram a única verdade!

É preciso seguir além do horizonte,

lá o mar é perfeito, e a luz é

a única certeza de velejar

sem medos!

Joinville/SC


-15-

A mágica de um olhar

Rafael Paulo Cappai































Florianópolis/SC


Sorriso de bombom

Rafael Paulo Cappai






























Florianópolis/SC


A procura do infinito

Rafael Paulo Cappai






























Florianópolis/SC


-18-

Salvatora Mundi

Patricia Di Loreto





















Florianópolis/SC


-19-

Perdão, paz, amor

Marina Martinez


-19-

Perdão, paz, amor

Marina Martinez


Gandhi, Lennon, Luther King. O que apresentam em comum? Foram pacifistas. Morreram assassinados por fanáticos. Os três pregaram igualdade de direitos. Calma, amor, união, respeito. Quando se aborda o tema, esses nomes surgem de imediato. O elo entre eles, homens de paz que foram, é suas mortes – segundo a História, traiçoeiras. Foram abatidos, sem direito a defesa, eliminados. Não houve afeição, perdão, serenidade nesses gestos de extermínio. Creio que apenas medo. Os assassinos tiveram medo, sim, de esses ideais se espalharem, esses sonhos virarem reais e todas as pessoas se tornarem iguais em seus direitos de cidadania. Nenhum foi santo. Ao contrário: reconheceram suas falhas. Mas definiram seus ideais. Nada no mundo é mais perigoso do que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa. Luther King Esta frase contém duas preciosas verdades: ignorância sincera e estupidez conscienciosa – e acredito que os assassinos de Luther King e Lennon possuíam essa ignorância e estupidez. Gandhi conseguiu realizar seu objetivo de liberdade, após batalhas, e sua morte possui um cunho mais político. O que quero dizer com tudo isso? O óbvio, claro! Qualquer gesto, palavra, ação que possa desestruturar o estado ‘atual’ (em qualquer época histórica) significa perigo! E o instrumento ou idealizador desse perigo precisa ser eliminado. Para Gandhi, ‘não existe caminho para a Paz. A Paz é o caminho’. A prática, no entanto, ensina: si vix pacem, para bellum ou seja, se queremos Paz, para a guerra! E cada um dos três lutou com as armas que possuíam –retórica, notas musicais, atitudes-. Essas, muitas vezes belicosas, mas necessárias. Imagine. Lennon “Acredito em tudo aquilo que Jesus disse - amor, bondade, caridade - mas não acredito naquilo que os homens dizem que ele disse.” Lennon I have a dream.. Luther King. Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer algo, não existirão resultados. Gandhi Olhando assim, parece límpido: tenho um sonho: Imagine a Paz como caminho. Muitos homens não sonham mais, desprezam a imaginação, e o caminho de Paz está coberto de sangue. Lástima! (2018) Namastê!


Palhoça/SC


-20-

Opostos

Salomé Pires (Mel)


Palavra Dura,

Pimenta...

Palavra doce,

Mel e menta...

Gesto Nobre,

Simplicidade,

Gesto vulgar,

Vaidade...

Atitude simples

Amor,

Atitude prepotente,

Dor...

Leitura saudável,

Conhecimento,

Leitura equivocada,

Arrependimento...

Vida produtiva,

Construção,

Vida ociosa,

Solidão!


Águas Mornas/SC


-21-

A Voz Que Fala Em Mim

Romário Filho


A voz que fala em mim,

vem do meu coração,

fala de amor,

fala de paixão.


A voz que fala em mim,

me faz lembrar você,

não me deixa te esquecer.


A voz que fala em mim,

é uma voz natural,

uma fala informal,

um amor total.


A voz que fala em mim,

me faz lembrar você,

pois ela fala no meu ouvido,

até quando eu estou dormindo.


A voz que fala em mim,

alegra a minh'alma,

ilumina a estrada,

por onde irei seguir.


A voz que fala em mim,

sou eu,

é você,

e me lembra a todo momento...

Que você é o meu acalanto.


Salvador/BA

10/11/2020

14:17:47


-22-

O Caminho

BRita BRazil


Vou seguir os seus passos

até te encontrar

tocar seus instrumentos

até me cansar

dançar suas canções

até saciar

olhar com suas visões

até enxergar

algum significado na vida

para aceitar a existência

perdida


Estou fazendo tudo

perfeitamente

para chegar à sua casa

rapidamente

e gritar na sua janela

sorridente:

"Bom dia, Rian, também estou viva!"


-23-


A Construção de Deus

Josias Moreira de Alcantara

Vestidas várias flores ficam rindo

Destacando o verde peculiar,

Com grupos de pássaros a voar,

Alguns vão chegando e outros partindo.


O bailado, forma imagens e cores,

E o belo sugere ser assistido

E flutua no espaço esse pedido

E rege na terra seus esplendores.


A natureza tecida no verso

Sugestiona compor-se ao universo

A visão sublime do Deus de amor.


Qual ao dedicar construir o belo

O fez em harmonia e tão singelo...

Para amarmos a essência de seu labor!


Florianópolis/SC



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